107. Primeiras impressões da cidade

As três da madrugada, quando eu baixei do avião esperava que o calor do trópico caísse na minha pele, pois o único que eu tinha escutado de Teresina foi sua alta temperatura. Porém, foi surpresa não ter que tirar meu casaco, depois como o tempo eu teria entendido que o clima de Teresina é tipo sertão, que fica bem quente de dia e frio na noite, e não que ele é como outros lugares de meu país, que quando seu clima é quente é quente todo a estação.

Me causou muita impressão o terreno plano. Na larga distancia, de a zona norte do aeroporto à zona sul, o terreno não mudava, ele sempre estava sem inclinações. O dia depois, a visão vazia para o horizonte acrescentaria à minha impressão. Eu teria de entender pouco a pouco a importância das montanhas para minha vida, e a saudade delas sem reconhecê-la até voltar.
 

As montanhas de minha cidade faziam que eu só pensara em a configuração de uma cidade com bairros nas colinas, que a paisagem de todos os dias na minha vista fora como uma tela verde nas manhãs e azul nas tardes e com luzes nas noites. Agora estava em um lugar onde olhar para o horizonte não é útil para localizar-se no globo, e a identificação das ruas não é com números contínuos, é com nomes próprios.
 

Agora teria que aprender outras coisas, deixar que o horizonte aberto deixe alcançar outros pensamentos e ideias. Também teria que aprender das diversidades das cidades e aprender a habita-las, cada uma com suas particularidades e seus cidadãos.
 

Teresina resultava uma cidade oposta a Medellín. O clima não teria uma mudança simples, a paisagem à vista teria de trazer outros sentimentos ou espírito, o andar nas cidades precisaria aprender outros sistemas de sinais.

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